Luta por moradia requer mobilização permanente
- ATHIS LONDRINA
- 20 de fev.
- 3 min de leitura
Atos em 11 estados exigem liberação imediata de recursos e criticam atraso nas contratações do MCMV

O déficit habitacional no Brasil tem levado movimentos populares a pressionar o governo federal pela liberação de recursos para moradia. A União Nacional por Moradia Popular (UNMP) cobra a retomada dos repasses para o Minha Casa Minha Vida, nas modalidades Entidades e Rural, e reivindica maior agilidade na execução dos projetos. Como parte dessa mobilização, militantes da UNMP estiveram em Brasília, no dia 30 de janeiro, para reivindicar a liberação dos recursos e buscar uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Representantes do movimento, presente em 11 estados, argumentam que a demora na contratação das entidades responsáveis compromete a entrega das moradias e dificulta a redução do déficit habitacional.
De acordo com informações divulgadas no site da UNMP, os projetos apresentados em 2023 permanecem apenas no papel. A morosidade nas análises e a burocracia têm retardado a contratação das entidades responsáveis, com prazos de 120 dias frequentemente prorrogados pela Caixa Econômica Federal. Essa demora, segundo os manifestantes, compromete a execução dos projetos e atrasa o acesso à moradia digna para milhares de famílias.
Em entrevista, Benedito Barbosa, mais conhecido como Ditinho, liderança do UNMP em São Paulo, afirmou: “Um dos principais problemas é a falta de contratação de pessoas que já deveriam ter sido contempladas. Se quem já estava na fila não foi contratado, a situação se complica ainda mais para aqueles que ainda virão.”
Ditinho ressaltou que o grupo está se mobilizando para levar suas demandas diretamente ao presidente, evitando que uma futura mudança de governo torne as negociações ainda mais difíceis. A pressão, segundo ele, é para que todas as pendências sejam resolvidas durante o atual governo, garantindo o acesso à moradia de forma imediata.
Contratações
Enquanto isso, em Londrina, Maria Inez Gomes, representante da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Londrina (ADECOL), destacou a importância da liberação dos recursos para o avanço das obras. Atuando há 11 anos na defesa da moradia digna, reunindo mais de 200 famílias, a ADECOL foi habilitada em 2023 no edital do programa. A entidade vai construir 98 casas – 50 rurais e 48 urbanas – e aguarda, urgentemente, a liberação dos recursos pela Caixa para dar início às obras.
“A partir da liberação (dos recursos pela Caixa Econômica Federal) será possível iniciar as obras e avançar na garantia do direito à moradia digna para nossa comunidade”, declarou Maria Inez.
Além de cobrar a efetivação imediata das contratações, a UNMP reivindica o aumento dos recursos previstos no orçamento de 2025 e a abertura de um novo ciclo de seleção de projetos habitacionais.
Após ato na Praça dos Três Poderes, em Brasília, o movimento reuniu-se com Ines Magalhães, vice-presidente da Caixa, e teve reunião conjunta entre a Secretaria Geral da Presidência, Casa Civil, Ministério das Cidades, SPU, Secretaria de Relações Institucionais e Caixa, no Palácio do Planalto.
Para os organizadores e participantes, a manifestação é um instrumento de pressão para tirar as autoridades “da zona de conforto” e garantir que as promessas do Minha Casa Minha Vida não se transformem em palavras vazias. A mobilização reflete o descontentamento dos movimentos sociais com a inércia dos trâmites burocráticos e a necessidade de ações imediatas para que o direito à moradia digna seja efetivado.
Kleiton Santos - Estagiário de Jornalismo
Com supervisão de
Raquel de Carvalho - Jornalista (MTb2141 –DRT-PR)
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